Há mais de três séculos e meio, devotos paulistanos e dos mais variados lugares do país recorrem ao auxílio e à proteção de Nossa Senhora da Penha em seu santuário nesta Capital paulista, da qual é Padroeira e cuja tradicionalíssima festa magna se celebra aos 08 de setembro, dia da natividade da Virgem Maria.
De acordo com o Padre Alberto Colunga O.P., em sua obra Nuestra Señora de Peña de Francia, a devoção a Nossa Senhora da Penha origina-se, segundo a tradição, com um sonho que teve um peregrino francês, de nome Simão, recolhido num convento franciscano na aldeia de Puy quando estava a caminho do Santuário de Santiago de Compostela. Durante o episódio onírico, o monge teve a visão de uma imagem de Nossa Senhora, a qual lhe apareceu no cimo de uma altaneira serra. Durante seu êxtase, Simão ouvia uma voz que o convidava a encontrar a imagem, admoestando-o assim: “Simão, vela e não durmas” – razão pela qual passou a ser chamado de Simão Vela.
Por cinco anos peregrinou, até que, em 19 de maio de 1434, aos pés de uma serra denominada “Penha de França”, na Província de Salamanca, norte da Espanha, após a indicação assertiva de uma misteriosa e encantadora “Senhora” com o “Filho” ao colo, subiu o morro. No alto do penhasco, com o auxílio de camponeses, encontrou a tão almejada imagem da Mãe de Deus, que tinha sido ali deixada, havia muito tempo, por soldados franceses que lutaram contra os mouros, junto com Carlos Magno, grande devoto da Virgem.
Foi, então, ali erigida uma ermida em honra da Virgem da Penha, onde Ela passou a operar fatos miraculosos, tornando-se bastante afamada. Teria Simão Vela falecido em 1437, pouco tempo depois de ali se estabelecer a Ordem Dominicana, representada por alguns poucos padres.
No mesmo local, mais tarde, foi erguido um majestoso Santuário, importantíssimo ponto de peregrinação cristã até hoje e que está aos cuidados dos padres dominicanos, guardiães da imagem primitiva da Virgem da Penha.