TEMPO DO ADVENTO 

Uma luz surgiu, “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,11). Esta é a tônica do Advento: a esperança na luz que vence a treva, a espera jubilosa do Salvador. E esta esperança escatológica, longe de nos afastar da realidade, faz-nos ver a necessidade do “mundo novo”, da libertação do pecado que gera tantos males, injustiça e morte. A Boa Nova é que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Montando a sua tenda em nosso meio, tomando parte em nossas dores e alegrias, Ele veio nos ensinar o caminho e dar-nos vida nova e nova esperança: “Levantai a vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!” (Lc 21,28). O Advento nos prepara para a celebração do Natal do Senhor, o Mistério de sua Encarnação.

Contexto histórico do Advento: Encontramos os primeiros indícios de um tempo de preparação para o Natal, não na liturgia romana, mas na Espanha e, sobretudo, na Gália. Nos meados do século V, na cidade de Ravena, inicia-se o tempo do advento, cuja preocupação era o nascimento de Cristo. Em Roma só se observam os primeiros indícios de uma liturgia do advento em meados do século VI, e isto no contexto das têmporas de inverno, cujas missas contêm ideias ligadas ao advento. Uma solução que aponta o caminho certo dá-se com Gregório Magno (590-640), cujo sacramentário, conservado em Roma, traz quatro missas dominicais e três das têmporas, com características do tempo do advento. Há ainda a contribuição dos monges irlandeses, entre os quais destaca-se Columbano, o jovem (530-615), estes davam ênfase na figura do Senhor que viria como juiz e na penitência como preparação necessária para o juízo final, daí que alguma coisa deste caráter penitencial passou da Gália para a liturgia romana do Advento no século XII como, por exemplo, a omissão do Glória e o uso de paramentos roxos. Contudo, Roma nunca abandonou o Aleluia jubiloso, pois na sua liturgia jamais considerou o Advento como tempo de penitência propriamente dito (o Código de Direito Canônico de 1917/8 não obrigava mais a jejuar no Advento). No que concerne à duração cronológica do Advento, a proposta romana de quatro domingos só se impôs depois de várias hesitações. A regra de iniciar o Advento ao menos tardar em 27 de novembro e o mais tardar em 3 de dezembro foi mantida na reforma do missal. O Advento se inicia com as primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo. Não se pode, contudo, suprimir mais o quarto domingo, quando este cai no dia 24 de dezembro.

A espiritualidade do Advento, tempo de esperança: O Advento é o tempo em que, junto com o Natal, se celebra a vinda de Cristo. Ele tem um caráter dual, isto é, preparação para o Natal (primeira vinda do Filho de Deus) e tempo para recordar a segunda vinda de Cristo no fim dos tempos.

Toda a liturgia do Advento foi concebida para despertar esperança, anseio e alegre expectativa. Ela possui um caráter escatológico, sobretudo no primeiro período que vai do primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro. A preparação imediata para o Natal e o caráter de expectativa se dá no segundo período que vai do dia 17 de dezembro até a véspera de Natal.

O caráter do Advento não é apenas litúrgico, mas também espiritual e moral, com ênfase na conversão e na vida nova. A tônica não é penitencial como na Quaresma, mas reveste-se de uma expectativa alegre e jubilosa. São João Batista, lembrado especialmente neste tempo, prega a conversão e se alegra ao reconhecer o Cristo, assim como Isaías, lido nas missas, fala da paz, da alegria e da segurança da era messiânica (Is 2, 1-5).

São Bernardo distinguia três vindas de Cristo: a primeira no nascimento, a segunda na Parusia e a espiritual (no coração daquele que crê). Esta última ocorre no presente e nos conduz da primeira (Natal) para a última vinda (Parusia). Todo primeiro domingo do Advento, que marca o início de um novo Ano Litúrgico, trata da segunda vinda de Cristo. O Reino ainda não se concluiu; o mundo já foi redimido e continua sendo, pois a obra de Cristo continua: “Levantai a vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima” (Lc 21, 28); “Vigiai e orai, pois não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25,31).

Maria no Advento: O mês de dezembro é muito mais mariano que o mês de maio, liturgicamente falando. O Sim de Maria e o Mistério da Encarnação se entrelaçam, embora o seu papel na manifestação do plano de Deus esteja subordinado ao seu Filho. Todas as festas marianas, celebradas ao longo do ano estão interligadas com o seu papel de especial cooperadora de Deus no plano de salvação da Humanidade, por meio de Jesus, seu Filho. 

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