O Dízimo é, portanto, a concretização do sentido de partilha que existe entre os cristãos.
Se olharmos bem, partilhar não é algo que acontece apenas entre os cristãos. É, na verdade, um ato humano, pois está presente em todos os corações, em todos os povos. O que sente o nosso coração, quando um necessitado se apresenta diante de nós? Não nos sentimos sensibilizados quando, diante de uma tragédia, nos convocam a ajudar? Quem não se sente feliz em poder ajudar, em poder ofertar um pouco do que tem em benefício do próximo?
Infelizmente, o pecado, ao tomar conta de nós, acaba nos conduzindo ao egoísmo, a pensar apenas em nós mesmos, deixando de olhar o irmão, a família e a comunidade. Sempre que isso acontece, tomam conta de nossos lábios as mesmas palavras de Caim: "Por acaso, sou responsável por meu irmão?"
É verdade que, nos nossos dias, existe muito medo de ajudar as pessoas e partilhar os bens em comunidade. Grandes são os índices de violência. Nem sempre temos clareza do destino dos recursos financeiros colocados em comum. Estas situações são, muitas vezes, reais. Elas só não podem tirar de nós o sentido da partilha entre irmãos, na vida em comunidade.
A fé nos ensina que, para vencer o pecado, precisamos abrir o coração para Deus. E abrir os dons e os bens. A esta partilha, quando feita regularmente, quando parte integrante de nosso dia a dia, chamamos Dízimo.
Coração para Deus consiste também em partilhar com os irmãos. Pela fé, descobrimos uma realidade que vale para todos: Há maior alegria em dar do que em receber.